quarta-feira, janeiro 18, 2012


30 ANOS SEM ELIS REGINA
30 ANOS COM ELIS REGINA
Parece que foi ontem.
Nós que não estávamos em São Paulo, com os olhos vidrados na TV, sem entender nada.
Vendo aquela comoção na Av. Brigadeiro Luiz Antonio, sem entender nada.
O coração aos pulos. Os olhos cheios d'água
tentando enxergar o que não queríamos enxergar.
A que nos fez rir, chorar, amar, brincar, cantar junto, dormir, acordar, comer, beber, cair, levantar... era fechada pelo verão a moça de março.
A vida é isto.
A vida é um isto de nada.
"Agora eu sou uma ESTRELA", disse ela em seu último show...
Sim, agora ela era uma ESTRELA. A MAIOR. Continua...
Com o legado que ela nos deixou, o que não será esquecido jamais.
E é por isso que hoje,
passados 30 anos de sua viagem no trem azul,
nós ainda pensamos nela,
ainda a ouvimos até que a morte nos separe:
Hoje cedo, na rua do Ouvidor...
Eu quero uma casa no campo...
A sala cala e o jornal prepara...
Esta ladeira, que ladeira é esta...
Boa noite, amor, meu grande amor...
Eu tenho uma casinha lá na marambaia...
Vivendo e aprendendo a jogar...
O sol na cabeça...

domingo, janeiro 15, 2012


ELZA SOARES AINDA CANTA, E MUITO!


Ontem, 14 de janeiro de 2012, assisti ao novo show de Elza Soares no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O prazer já seria imenso só por estar dentro de espaço desenhado pelo nosso super arquiteto, Oscar Niemeyer, mas foi maior. Superou todas as minhas expectativas e - acredito! - de todos que ali estiveram. Porque dentro dele estava a nossa velha e boa Elza - vamos dizer assim - justificando o porquê de ela ter sido escolhida, no ano 2000, pela BBC de Londres, como a "Cantora do Milênio".
Tudo se encaixou perfeitamente. Lá estava ela, sentada - por causa de cirurgia na coluna que fez recentemente -, mas inteira no alto de seus recém completados 80 anos, e com uma potência vocal, afinação e repertório de fazer inveja a qualquer cantora iniciante de agora, seja daqui ou de exterior. Acompanhada por mais três músicos, um trio (quarteto, contando com ela) jazzístico da pesada diga-se de passagem, formado por Rômulo Pinto, nos teclados, Elcio da Costa, no baixo, João Melo, na bateria, e mais o incrível DJ, Ricardo Muralha, ela tanto botou a boca no microfone como fora dele. Os músicos estavam preparadíssimos para seguir os malabarismos vocais e estilos musicais que ela apresentou. Como sempre fez, Elza passou do Samba à MPB, do Funk à Bossa Nova, fazendo todos ficarem excitados cantando junto com ela -, como numa sequência de músicas de Jorge Benjor, e também emudecidos, quando, à capela, cantou "Meu Guri", de Chico Buarque, um dos pontos mais fortes da noite, ou "A Carne", de Marcelo Yuka e Seu Jorge. Ela fez com que a emoção tomasse conta de todos que ali estavam assistindo-a, tanto que por mais de uma vez foi aplaudida de pé durante o espetáculo. Após cantar mais duas músicas no bis, ela, os músicos e o DJ se retiraram e o público começou a sair muito calmamente, sem pressa, saboreando cada momento da Elza daquela noite. Uma Elza para ficar na memória para sempre.
Ainda bem que hoje existe o DVD, porque show daquele quilate não pode ficar limitado a meros 800 espectadores. Notei que o espetáculo foi gravado, agora espero que o lancem logo em DVD, pois tem que ser mostrado a mais gente, principalmente a quem se diz cantora aqui no Brasil.
Finalmente, quero só dizer: Viva Elza, Viva Elza, mil vezes Viva!!!!!