
É madrugada vou sentindo frio, não sei quando vai terminar. Tudo está, tudo fica. Depois não pode haver ais nem mais nem menos. Só se o desgosto for encontrar alguém do sexo oposto no mês de agosto. Tudo acabado.
Vejo que o Matthew Modine está sentado numa praia qualquer onde eu poderia estar, mas não estou. Não estou porque não quero - querer é tudo o que a pessoa precisa para continuar na vida.
Tenho feito amigos, conhecido pessoas legais e divertidas e, assim, a vida vinga-se de minha solidão dando-me, na gentileza de todas as manhãs, estas felicidades de vinho e queijo sobre a mesa.
Apostar naquilo tudo e depois que tudo estiver coberto por verniz, só vale olhar o brilho e sentir o cheiro que tomará conta da casa por muitos e muitos dias, porque enquanto um vento forte não entrar pelas janelas não haverá paz.
Por menos de um beijo eu desejo olhar em seus olhos e dizer todas as verdades que eles precisam meditar. Pensei nisto, ontem, quando uma menina olhou três vezes para mim e eu estava caminhando. Daí, olhei para trás e virei estátua de sal, mas meus olhos não ficaram estáticos. Assim, pude ficar olhando para aquela víbora que atravessou meu caminho.
Veja só, você, se derem chances para mim eu subo o morro e compro dois cachorros. E se deixarem mais, eu pinto todas as favelas de azul, branco, verde e amarelo e depois que tudo estiver abandeirado despejarei o sol por todos os ângulos daquele lugar.
Alguém há de olhar por mim, não consigo o sono e, consequência disto, também o sonho. Tudo estará cansado amanhã. Será que atrás deste dia há outro dia me esperando? Eu só espero que o dia só termine quando cair o pano, quando a luz for baixando, baixando até encostar no escuro. Não durmo por um precipício que me assusta.
Minha mãe, ai, minha mãe!, que cheiro é este de enxofre misturado com leite e gosma verde e que toma o meu corpo todo de desespero? Me dê um beijo na porta desta estrebaria, que esta louca agonia de ondas ondas ondas não posso, logo como.
No fim, the end senza fini.
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